Resultados positivos do estudo de fase III reforçam a esperança num medicamento que poderá gerar mais de mil milhoes de euros por ano.

O valor das ações da Bayer disparou cerca de 10% após a empresa anunciar resultados promissores para o seu anticoagulante em estudo, asundexian, segundo dados do ensaio clínico global OCEANIC-STROKE. Este estudo de fase III demonstrou que uma dose diária de 50 mg de asundexian reduziu significativamente o risco de acidente isquémico cerebral (AVC) comparado com um placebo, sem aumentar de forma relevante o risco de hemorragias graves.

Analistas já estimam que, em caso de aprovação, o asundexian pode vir a tornar-se um “blockbuster” para a Bayer, com potencial para gerar mais de mil milhões de euros por ano, valor que alimenta grande otimismo entre investidores.

O ensaio OCEANIC-STROKE foi um dos maiores da área, tendo envolvido mais de 18.000 pacientes em dezenas de países, tratando se do maior estudo alguma vez realizado com um inibidor do FXIa para prevenção de AVC secundário.

Este resultado representa uma recuperação importante para a Bayer, especialmente depois de um revés em 2023, quando a mesma droga falhou num outro estudo de fase III em pacientes com fibrilhação auricular.  A atual vitória no OCEANIC-STROKE reforça a crença da empresa no mecanismo de inibição do Factor XIa (FXIa), que pode oferecer uma nova abordagem para prevenir tromboses com menor risco de hemorragia.

A Bayer já manifestou intenção de apresentar os resultados detalhados num congresso científico próximo e começar o diálogo com autoridades reguladoras a nível global para avançar com pedidos de autorização de comercialização.

A empresa planeia submeter pedidos de aprovação já em 2026, podendo o lançamento ser já em 2027, se aprovado pela FDA e EMA.

O sucesso deste fármaco traz também uma lufada de ar fresco para a pipeline farmacêutica da Bayer, que tem enfrentado diversos desafios. Se as expectativas forem concretizadas, o asundexian poderá não só reforçar a posição da empresa no mercado cardiovascular, como também gerar receitas importantes para sustentar outras áreas de investigação.