Jerome Powell indica cortes de juros em 2025 e fim próximo do “quantitative tightening”
O presidente da Reserva Federal dos EUA adotou um tom mais cauteloso, sinalizando que o ciclo de aperto monetário pode estar a chegar ao fim. A desaceleração económica e o abrandamento do mercado de trabalho reforçam a probabilidade de novas reduções nas taxas de juro já em 2025.
O presidente da Fed, Jerome Powell, afirmou esta terça-feira que o mercado de trabalho norte-americano está a perder força, um sinal de que a economia dos EUA está a abrandar de forma gradual. Segundo Powell, esta tendência cria espaço para cortes adicionais nas taxas de juro, caso os dados económicos continuem a confirmar o arrefecimento.
A inflação mantém-se em torno dos 2,9%, ainda ligeiramente acima do objetivo de 2%, mas sem sinais de pressão generalizada nos preços. “Não vemos indícios de uma nova onda inflacionista”, destacou o presidente da Fed.
Powell indicou que duas reduções adicionais dos juros são prováveis em 2025, caso o cenário atual de desaceleração económica se mantenha. Este comentário foi recebido de forma positiva pelos mercados financeiros, que interpretaram as declarações como um sinal “dovish” — ou seja, favorável a uma política monetária mais expansionista.
Outro ponto relevante foi o fim iminente do “quantitative tightening” (QT) — o processo de redução do balanço da Fed. Powell reconheceu que a liquidez no sistema financeiro “está a começar a apertar”, o que pode levar o banco central a suspender o QT nos próximos meses.
Esta mudança representa um potencial impulso para ativos de risco, como ações e crédito corporativo, já que implica maior liquidez e menor pressão sobre as taxas de juro de longo prazo.
Ainda assim, Powell deixou um aviso: “Cortar juros demasiado rapidamente pode comprometer o progresso feito na luta contra a inflação.” O presidente da Fed sublinhou também que, apesar das valorizações elevadas nos mercados, não vê riscos sistémicos significativos neste momento.
Com este discurso, a Fed reforça a ideia de uma transição gradual para uma política monetária mais flexível, o que poderá sustentar o otimismo nos mercados e beneficiar ativos sensíveis à taxa de juro nos próximos trimestres.
